As águas de março chegaram para fechar o verão e eu fechei o mês do meu aniversário (chegaram os 29 anos com muitos filmes!!!) assistindo 14 filmes, dentre lançamentos e revisões de obras mais antigas.
Aqui vai uma breve passada pelo mês com comentários dos destaques, positivos e negativos, para você - quem sabe - se inspirar e assistir algo!
ESTREIAS NO CINEMA E STREAMING
Março foi um mês de variedades de estreias nos cinemas e no streaming, tanto em filmes quanto em séries. Algumas boas surpresas, outros desapontamentos e algumas revisões de filmes mais antigos que sempre revelam novas nuances.
Dentre os lançamentos nas telonas, gostei de Mickey 17 - a ficção científica de Bong Joon Ho, diretor de Parasita - e O Macaco - o terror dirigido por Osgood Perkins, que adapta um conto de Stephen King. A semelhança entre os dois são seus protagonistas interpretando dois personagens (Robert Pattinson vive clones variados em Mickey 17 e Theo James interpreta dois irmãos gêmeos em O Macaco).
A ficção de Bong Joon-Ho, apesar de um saldo positivo, é uma certa decepção, visto que a expectativa do retorno do coreano a um filme de gênero mais despretensioso, mas ainda assim recheado de comentários políticos. Robert Pattinson é um ponto alto do filme, se destacando com uma performance mais voltada pra comédia.
No outro longa, O Macaco é uma decepção maior, que também está ligada a expectativa de ser o novo projeto de Perkins depois do sucesso e êxito de Longlegss - um dos melhores filmes de terror de 2024 para mim. O problema de O Macaco é o mesmo da maioria das adaptações de contos de Stephen King: histórias que funcionam bem como contos porque são, formalmente, feitas para narrativas enxutas e diretas da literatura. No exercício de transportar para uma narrativa audiovisual mais complexa e alongada de um filme, me parece que as virtudes se perdem.
As últimas estreias nos cinemas que assisti foram Novocaine e A Branca de Neve. O primeiro é uma promessa de filme de ação combinado com comédia, com uma premissa interessante, mas que é desenvolvida da forma mais genérica possível. Apesar do excelente Jack Quaid como protagonista, a encenação é completamente desestimulante e a violência acaba soando e sem propósito narrativo e temático.
Já o live action do clássico em animação da Disney não vale muito o seu e o meu tempo, de escrita e de leitura. Esse filme só serve para me reforçar que a Disney está numa missão de autodestruição dos seus próprios projetos clássicos, tão cultuados e adorados por diversas gerações.
P.S: Ainda nessa semana vou assistir a “Oeste Outra Vez”, um western brasileiro que tem sido muito elogiado. Mesmo sem ter assistido, deixo a recomendação para quem se interessar!
O grande ponto alto de estreias do mês foram no streaming. Acabe com Eles chegou na Mubi surpreendendo num filme de perspectivas e pontos de vista opostos, em que rola um estudo de como o mundo dos homens é violento e incapaz ao dialogo. É uma boa estreia de direção em longas e um trabalho ainda melhor de Christopher Abbot e Barry Kheogan nas atuações. O ponto fraco dos streamings foi o inacreditável The Electric State, um dos filmes de maior orçamento da Netflix, dirigido pelos irmãos Russo e que…nossa…é meio que um atentado ao cinema né?
No mundo das séries, me ocupei com 3: a excelente 2ª temporada de Ruptura (que só foi crescendo e melhorando com o desenrolar, me fazendo me questionar como espectador e me provocando a repensar minha relação com as séries), a 3ª temporada de Reacher (numa coletânea com o personagem e uma história policial mais pulp e canastrona do que nunca, mas igualmente divertida) e a 3ª temporada de The White Lotus (que ainda não terminou e segue como uma das melhores produções atuais). Por fim, deixo a recomendação de The Studio, nova série da Apple TV que vou começar hoje (segunda-feira, na data do envio) e que tenho muita expectativa.
VOU TE CONTAR UM SEGREDO…
Eu (como muitos cinéfilos) uso torrent. E sim, assisti algumas coisas nas ilegalidades da internet por dificuldade de acesso nas plataformas de streaming. O grande destaque foi Presença, um interessantíssimo terror dirigido por Steven Soderberg que acompanha uma família que se muda para uma casa mal assombrada.
Sim, sei que você já viu essa mesma história um milhão de vezes, mas a originalidade de Presença está na direção voyeurística, em que a câmera emula a todo momento a posição de testemunha do espirito. Ao invés de um filme com sustos e cenas macabras, temos uma obra de observação da dinâmica familiar, das questões de cada personagem, na posição da entidade que ali habita.
Nos outros dias e noites, assisti a Introdução, do sul-coreano Hong Sang Soo (um dos diretores mais prolíficos da atualidade), Heart Eyes (um slasher genérico e pouco interessante), Moana 2 (é Disney, vocês precisam repensar muita coisa), Fargo (provavelmente meu filme favorito dos irmãos Coen) e Bastardos Inglórios (uma revisão que só me atesta como Tarantino é um gênio e um diretor que deveria ser mais valorizado por muuuita gente).
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Excelentes como sempre suas dicas e seus comentários! Branca de Neve é um grande clássico, depois do que você escreveu perdi a vontade de ver. Mickey 17 fiquei curioso, valeu pela visão! E todo o mais!